Tanto nas artes como nas ciências, o mundo contemporâneo tem assistido a uma aproximação crescente entre o corpo e a tecnologia. Escritores como Donna Haraway (The Cyborg Manifesto), artistas como Stelarc, cuja obra inclui o recurso a diversos equipamentos tecnológicos integrados no próprio corpo, filósofos como Don Ihde (Bodies in Technology), ou cientistas como Ray Kurzweil (The Age of Intelligent Machines, 1990, e The Age of Spiritual Machines, 1999) exploram em diversas áreas das ideias e da ação humana intersecções que derrubam barreiras entre os processos naturais e o progresso científico.
O congresso propõe-se refletir sobre as relações entre o corpo, o desenvolvimento humano e o avanço tecnológico ao longo do tempo. Sabendo como a vida, tanto em termos biológicos como sociais, se desenrola num quadro de constelações de influências interdependentes, qualquer mudança ocorrida num ambiente repercute-se em todos os outros que lhe estão próximos. Assim, o corpo humano deverá ser entendido nas suas extensões — a casa, a escola, o local de trabalho, os espaços de lazer, o planeta — e as repercussões de uma mudança ocorrida num dos ambientes não dispensa a análise dos seus efeitos nos outros.
Neste sentido, as linhas temáticas do congresso incluem propostas de estudos multi e interdisciplinares, que vão desde o ambiente natural aos vários ambientes sociais, académicos, científicos e artísticos que compõem, na sua complexidade, a vida humana, incluindo considerações éticas e religiosas, com destaque para os seguintes eixos de estudo:
PAINÉIS
- Humanidades digitais
- Corpo humano, saúde e tecnologia
- A tecnologia na literatura: ficção científica e pensamento utópico
- Viragens tecnológicas ao longo do tempo
- A tecnologia na representação do mundo
- Monstros, deuses e heróis históricos e imaginários
- Tecnologia e práticas artísticas
- Tecnologia e preservação do património material e imaterial
- O futuro do humanismo: tecnologia e ética
- O Atlântico entre a natureza e a tecnologia
CALL FOR PAPERS: até 31 de maio